2- Planta fresca ou seca? Secado e conservaçom.




Planta fresca ou planta seca?

Na nossa tradiçom medicinal (e nas do resto do mundo) existe a cultura de secar determinadas espécies, que nom estám disponíveis ao longo de todo o ano, com a finalidade de conserva-las. Em outros contextos, mais influenciados polas necessidades de transporte (comércio, culturas nómadas), a necessidade de transporte e conservaçom também promoveu esta praxe.
A degradaçom da planta fresca que nom é submetida a um processo de dês-hidrataçom, levou a falsa ideia de que, pola contra, a planta seca eludia micróbios, fungos e parasitas, quer dizer, que nom se descompom (isto, está demonstrado, só sucede em aparência).
A todo isto podemos somar a influência da farmacêutica, que desde o seu nascimento sempre procurou secar rápida e completamente as plantas para obter umha quantidade mensurável, que permitisse estabelecer relações entre quantidades e efeitos clínicos. A base de qualquer mediçom foi sempre o peso em pó da substancia vegetal, logo de verificar em que partes da planta era máxima concentraçom de princípios (folhas, flores, talos,..). Com a evoluiçom de este sistema, que foi exigindo cada vez equipas mais sofisticadas para obter o material vegetal, a moderna “fitoterapia” foi distanciando-se da velha medicina natural tradicional, a quem se vé obrigada a recorrer pois conta com um conhecimento antiquíssimo sobre as virtudes das plantas, testado durante milheiros de anos em milhares de pessoas.
Alguns estudos indicam que a planta seca perde parte importante dos seus princípios voláteis quando se submete ao calor, entre os que estám alguns dos seus princípios activos mais interessantes, como som os aceites essenciais (Ao fazer umha infusom, perto do 80% destas substancias se volatilizam!). Aliás, algumhas plantas nom toleram bem o secado, perdem os seus princípios mais importantes e, polo tanto, as suas virtudes medicinais (verbena, pam-queijo,..) Nestes casos é recomendável procurar outros métodos de conservaçom, como podem ser as alcoolatura que, ademais, conservam todas as substancias voláteis das plantas.
Ainda assim, está fortemente arreigada na actualidade a infusom de plantas secas, e é inegável nos nossos tempos o facto de que surdiriam muitos problemas para a obtençom das medicinas se nom pudesse ser assim (nos ambientes urbanos, por exemplo). Ainda reconhecendo que muitas plantas perdem propriedades no secado e na elaboraçom posterior, seguem a ser bons medicamentos, e facilita-se o seu consumo e disponibilidade.
Intuímos que a soluçom tradicional viria a ser a de dessecar aquelas plantas de grande importância e que demonstraram os seus efeitos positivos mesmo desidratadas (como som as que compom o ritual de Sam Joám ou as aromáticas mediterrâneas), enquanto optara por utilizar frescas ou em alcoolatura aquelas que 1) perdiam as suas qualidades com o secado; 2) as que estavam disponíveis durante muitos mais messes do ano ou bem 3) aquelas que tinham fáceis remédios substitutivos de nom estar disponíveis (plantas das que se aproveitam as suas qualidades astringentes, por exemplo).
De qualquer jeito, se temos a oportunidade de utilizar plantas frescas, nom a desperdicemos! No facto de apanhar, cheirar, saborear, elaborar plantas vivas surde umha especial conexom com a planta, cheia de matizes que só assim saberemos apreciar.

Se secamos ervas, devemos fazê-lo num local areado, bem penduradas em ramos, bem estendidas sobre umha malha ou bem em papel se tintas. As flores e folhas finas secam rápido, em 2-3 dias podem estar prontas. Talos, raízes, rizomas, podem tardar bastante mais, e nalgum caso e altura do ano, mesmo precisar da ajuda de um desumidificador e umha fonte de calor próxima.


Umha vez que a erva está seca, compre embota-la, em botes de vidro bem limpo e desinfectado; etiqueta-las (isto é muito importante!); e conserva-las resguardadas da luz solar. Guardam as suas qualidades aproximadamente durante um ano, polo que podemos conserva-las até a próxima colheita.