Como preparar extracto de Gilbarbeira (Ruscus aculeatus) para usso externo e cosmético: olheiras, manchas,..
Chega
o tempo de apanhar a gilbarbeira, o rasca-cú, o açouta-cristos. Com
estes nomes tam descritivos conhecemos na Galiza ao Ruscus
aculeatus, umha erva com usos milenários, conhecida polas suas
propriedades diuréticas, depurativas,.. mas sobre todo, polas suas
propriedades sobre o sistema circulatório. Recomendada para quem
padecem de varizes, hemorroides, pernas hinchadas,.. e demais
problemas relacionados com umha má circulaçom periférica. É
reconhecido como o vegetal com mais acçom venotónica.
Mas
neste artigo vou fazer referência às preparações para usos
cosméticos da gilbarbeira, já que tem múltiplas aplicações, e
este é um médio polo que, para as mais receosas, resulta mais fácil
e motivador utilizar ervas medicinais. A gilbarbeira pode utilizar-se
em cosméticos para a pele e o cabelo. Olheiras, capilares e manchas
da pele,.. e muitos outros problemas, como o próprio envelhecimento
prematuro, procedem ou podem estar associados a problemas
circulatórios. O mesmo sucede no cabelo, com picores, caspa, etc.
A
gilbarbeira apanha-se a finais do inverno ou começos da primavera, e
aproveita-se a raiz e o rizoma. Compre levar umha sachinha ou algum
utensílio para cavar na terra, e umhas boas tesouras de podar ou
umha navalha, para poder tirar o potente rizoma da planta de baixo da
terra. Também é aconselhável aguardar a um dia depois da chuva,
para topar a terra branda, e apanha-lo na lua minguante ou nova.
Compre
lavar bem o rizoma e as múltiplas raízes que o acompanham, mudando
a auga muitas vezes e esfregando suavemente nalgum caso. Logo podemos
seca-lo, para o que compre pica-lo em porçoes miudas, pois a sua
consistência e lenhosa, e coloca-lo num lugar quente, ventilado e
seco. Também o podemos utilizar fresco, sobre todo se o imos
infundir.
Umha
elaboraçom útil para uso cosmético som os extractos HG ou HAG, nos
que o solvente que dilui as propriedades medicinais da erva som a
auga e a glicerina (HG) ou a auga, a glicerina e o álcool (HAG).
Como a glicerina nom é tam agresiva com a pele como o alcool, quiçá
prefiramos o primeiro tipo de extracçom para cremes faciais,
contornos de olhos, etc, e o segundo para champôs, cremes
medicinais, geles para pernas cansas, etc.
Como
os imos utilizar por via externa, podemos fazer extractos em
proporçom 1:3, quer dizer, 1 parte de droga (erva) por três de
solvente, mas poderiamos utilizar soluçoes maiores, por exemplo 1:5.
E importante que o solvente cubra a erva, para o que a picaremos
finamente ou reduziremos a pó num moinho. Por exemplo, um extracto
HAG 1:3, seria;
20
g de auga.
20
g de álcool de 70 ou 96.
20
g de glicerina vegetal.
E
um extracto HG 1:3
20
g de raiz e rizoma seco de gilbarbeira.
30
g de auga.
30
g de glicerina vegetal.
A
maceraçom tem que durar um mínimo de 15 dias, remexendo
diariamente. Ao finalizar, coamos a mistura com um filtro de papel,
engarrafamos e etiquetamos.
Se
nom elaboramos os nossos próprios cosméticos, podemos utilizar os
extractos diluídos em infusons para o aclarado, em auga como tónicos
faciais, engadidos numhas pingas ao nosso champô ou creme, etc.
Umhas quantidades orientativas podem ser um 3-5% numha creme facial ou
um 10% num champô.
O extracto HG de Gilbarbeira é um dos produtos que utilizo na elaboraçom do champô cremoso de ervas medicinais, junto com outros extractos elaborados de jeito similar, o de castinheiro das bruxas (Aesculum hippocastanum) e o de capuchinha, na foto.
Por
último, para a gilbarbeira mas também para qualquer outra erva,
apanhemos com respeito, sem esquilmar. A gilbarbeira medra a partir
de um rizoma, polo que ajudamo-la a regenerar-se se levamos parte do
rizoma e deixamos outra na terra. Apanhemos o que imos utilizar,
pouco a pouco: as primeiras vezes que imos apanhar umha erva tendemos
a levar grandes quantidades que logo nom chegamos a utilizar nunca,
ou que nom somos capazes de gestionar, especialmente em casos como
este em que o secado é um pouco complicado.