A verbena e as ervas afrodisíacas


Verbena officinalis

Durante todo o verão até bem entrado o outono podemos topar florida esta ervinha belida e delicada, que guarda no seu ser a inspiraçom de muitas orgias e prazeres. Considerada desde muito tempo atrás como afrodisíaca (quiçá verbena proceda de herba veneris), é por ela que imos de verbena, que algumha vez consistiu em andar os caminhos na noite com a escusa de apanhar esta erva. Ingrediente que nom pode faltar em qualquer conjuro amoroso, também a podemos queimar na casa para chamar pola cordialidade, ou bem bem-dizer a nossa mesa com umhas pingas da auga de macera-la durante umhas horas.
Se nos pomos mais racionais diríamos que é umha planta sedante, analgésica e anti-espasmódica, e abriríamos o terreno a umha longa listagem de prescrições: dores de cabeça, dores reumáticas (ciática, lumbago, contracturas,..), cólicos intestinais, renais, biliares,.. Outras versons sobre a origem do seu nome sinalam que procederia do céltico ferfaen, umha composiçom de termos que significariam expulsar-pedra, indicando a sua utilidade nas dores que provoca a expulsom dos cálculos. Também é umha planta recomendada para as enfermidades infecciosas, sobre todo aquelas que afectam à gorja, para controlar febres mui altas e calmar as dores. Umha receita muito comum nas nossas aldeias é a de cozinha-la um pouquinho em aceite e logo engadir-lhe um ovo batido, que será o veiculo para realizar umha cataplasma sobre o peito. É, sem dúvida, o remédio mais aclamado para os problemas de sinusite. Nom podemos esquecer outras das suas aplicações externas, pois também é umha planta vulnerária, útil para tratar feridas de todo tipo e, em geral, para o cuidado da pele.



Mas o que faz realmente da verbena umha das plantas das mulheres é a sua complexa acçom sobre o útero e, em geral, a sua utilidade nalguns momentos da vida sexual das mulheres. Quiçá a sua fama afrodisíaca esteja ligada às suas propriedades útero-tónicas, pois a verbena tem-se mesmo utilizado para favorecer o parto e aliviar as dores, se for necessário. Dioscórides falava, já fai mais de dous mil anos, dos emplastros realizados com a planta majada e aplicada com azeite para quitar a dor da mai. Aliás é umha planta galactógena (aumentam a produçom de leite nas mais lactantes).
Podemos consumir esta ervinha em infusão, cozida, em inalações (por exemplo para a sinusite), em compressas e em tortilha, mas sempre com a planta fresca, pois ao secar perde as suas propriedades. Se queremos conserva-la com nós o resto do ano, podemos elaborar umha tintura em aguardente e beber um par de colheradinhas ao dia, para começar a sentir os seus cálidos efeitos.

Indicações e usos:
- Sedante e anti-espasmódica.
- Enxaquecas e outras cefaleias; dores reumáticas, neuralgia, ciática; problemas menstruais,..
- Digestiva.
- Cálculos biliares e renais.
- Diurética
- Enfermidades infecciosas, sinusite.
- Útero-tónica, galactógena.

*Ervas afrodisíacas.
Por muito que se intente negar desde os modernos manuais de fitoterapia a existência de algumha classe de princípios activos cuja influencia directa seja a de aumentar o desejo sexual, bem merece a pena experimentar com alegria os efeitos que podam ter sobre nós as plantas afrodisíacas. Entre as mais nomeadas estám:
Cebola, alho, menta, baunilha, gengibre, cravo, canela, açafram, xançá (Genciana Lutea), sarja, romeu, assente (Artemisia absinthium), capuchinha, cánhamo e verbena.